Além do brasileiro outras cinco pessoas de países diferentes estão no corredor da morte para serem fuziladas nas próximas 72 horas. Todos serão vendados e podem escolher morrer de pé, sentado ou deitado.
Com
menos de 15 horas de criação a página na rede social Facebook “Assassinato de Marco
Archer Cardoso Moreira”, já estava com 113 confirmações de pessoas que iriam
prestigiar de suas casas a morte do brasileiro Marco Archer, 53, condenado por
tráfico internacional de drogas em 2004 ao tentar entrar com 13 quilos de
cocaína na Indonésia. A droga estava escondida dentro de tubos de uma asa
delta.
Marco Archer durante julgamento em 2004 |
Não há
informações sobre quem teria criado a página, apenas uma mensagem anexada no
topo dela mostra que o criador é favorável à execução: “O Cara foi preso por tráfico de drogas
e a Dilma pediu para o Presidente da Indonésia liberar o 'querido', mas
felizmente o Sr. Joko Widodo a ignorou e vai chamar o cara na bala, e é claro,
todos nós, brasileiros de bem, devemos participar deste mega evento”, diz a mensagem.
Em meios às matérias de jornais publicadas na página há
seguidos comentários de internautas que se mostram favoráveis à condenação e
outros poucos que acreditam que Marco deveria ter uma segunda chance.
Nem mesmo a publicação de um vídeo onde o brasileiro se
mostra arrependido do que fez convence os internautas. Nele o Marco revela que
pretende voltar ao Brasil para contar sua história a jovens que querem
ingressar no mundo do tráfico. “Para mostrar que a droga só leva a dois
caminhos, a prisão ou a morte”, diz. Em seguida o comentário de um internauta ressalta
que ele não precisa voltar ao Brasil para mostrar nada aos jovens daqui. “Sua execução já será um grande exemplo para
que eles nunca se aproximem da maldita droga. Morra desgraçado”,
acrescenta.
Em outra publicação uma jovem se mostra contra a morte do
brasileiro, mas sugere que a presidente Dilma expulse os Indonésios do Brasil,
uma vez que teve o seu pedido de clemência negado pelo governo da Indonésia.
A presidente
Dilma Rousseff telefonou na tarde de ontem para o chefe de estado do país Joco
Widodo solicitando que não fosse aplicada a pena de morte a Marco, mas seu
pedido foi negado: “Não há clemência para traficantes”, declarou Widodo.
Em
outras duas páginas que se mostram contra a condenação do brasileiro criadas
nesta semana houve poucos seguidores. Em uma delas que propõe uma passeata
contra a morte de Marco Archer, 11 pessoas confirmaram presença ao evento, mas não
há endereço de onde seria realizado o ato.
O
professor de jornalismo e Doutor em Ciência Política, Leonardo Sakamoto
defendeu em seu artigo publicado hoje em seu blog no Portal UOL que as pessoas
que se mostram pela rede social, favoráveis a pena de morte do brasileiro opta
pelo terrorismo ao invés de buscar mudanças estruturais. “Não defendo o crime,
tão pouco bandidos e traficantes, defendo a descriminalização das drogas como
parte do processo de enfraquecimento dos traficantes”, declarou e acrescenta. “O
que está em jogo aqui é que tipo de Estado ou Sociedade estamos nos tornando ao
defendermos pena de morte ou justiça com as próprias mãos”.
A execução
de Marco, que no Brasil trabalhava como instrutor de voo, esta prevista para este
sábado, 17, ás 16h horário de Brasília, madrugada de domingo no horário local, segundo
confirmou o Itamaraty. Alguns familiares visitaram Marco no presídio na manhã
de hoje.
Além
do brasileiro, outras cinco pessoas de países diferentes estão no corredor da
morte para serem fuziladas nas próximas 72 horas. Todos tiveram pedidos de
clemência negados, serão vendados e podem escolher morrer de pé, sentado ou
deitado.
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