A catadora de material reciclável que divide espaço com os veículos nas ruas de Santa Isabel, conta um pouco de sua vida
Alguém certamente já se esbarrou
com Teresa Pimenta Neves, 71, pelas ruas do centro de Santa Isabel. A mulher
idosa, magrinha e miudinha é reconhecida por sua garra e perseverança. Dona
Teresa como é popularmente conhecida é aposentada, mas tornou-se catadora de
reciclagem há 20 anos para completar sua renda.
Teresa que nunca frequentou a
escola nasceu em Santa Isabel e não tem filhos, vive em um terreno situado na
Av. Brasil junto com os irmãos. Abandonada pelo último marido ela prefere hoje morar
em um cômodo sozinha.
Mesmo sem frequentar a igreja, a
catadora se diz católica: “Não consigo ir à missa, pois tenho que trabalhar”,
revela. Teresa trabalha quase todos os dias da semana e sua jornada inicia
sempre bem cedo. Nos dias de maior movimento ela sai ainda de madrugada e volta
somente por volta das 17h.
Quando questionada de sua data de
nascimento só sabe informar que nasceu numa quarta-feira de setembro e mais
nada. Desde pequena ela trabalhava para ajudar os pais Pedro Silva e Maria de
Pimenta Neves que morreram há 20 anos, deixando ela e os cinco irmãos.
Recebe cerca de R$ 400 de
aposentadoria e consegue tirar R$ 100 por mês com a venda de reciclagens: “A
única vez que fiquei sem trabalhar foi no ano passado, pois roubaram meu
carrinho que uso, mas ganhei outro da prefeitura”, diz.
Francisco Ferreira, 57, é
proprietário do Comércio de Metais de Santa Isabel, local onde Dona Teresa
vende seus produtos há cinco anos: “Antes de trabalhar aqui ela vendia em outro
local, mas com sua ingenuidade, o dono a passou, várias vezes para trás, não
pagando a ela pelo trabalho prestado”, revela.
Texto e Fotos: Bruno Martins
Matéria originalmente publicada na edição 964 do Jornal Ouvidor. Para ler a matéria original Clique Aqui