As vidas que se
cruzaram nos encontros do Projeto Repórteres do Futuro, dividem agora o prazer
de terem conquistado o mesmo prêmio nas três últimas edições e com ele a oportunidade
de estudar fora do país
A vida de
estudantes de jornalismo é um aprendizado instantâneo, a largada é dada no
vestibular, mas de nada adianta dar o primeiro passo se for somente para andar
em busca de um diploma. Nesta semana Ricardo Rossetto foi anunciado como o
vencedor do 9º Prêmio Santander Jovem Jornalista. A história dele se mistura
com a de Ana Carolina Neira e Thales Willian, que venceram o mesmo Prêmio nas
duas últimas edições. Vidas diferentes que aprenderam que os sonhos vão além
dos muros das universidades.
Thales, Ana e
Ricardo se conheceram entres encontros de um projeto denominado Repórteres do
Futuro. Sob os conselhos um pouco repetitivo, mas de grande valia do
ex-professor universitário e fundador do grupo, Sérgio Gomes, eles ouviram
incansavelmente que “Jornalista que é jornalista precisa estar sempre preparado
para fotografar, filmar, registrar qualquer momento que possa ser de interesse
de uma terceira pessoa”. Foi seguindo este conselho, que hoje os já formados
jornalistas conseguiram lapidar o fílin que havia dentro de cada um.
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Thales Willian venceu o Prêmio em 2012 Foto: Divulgação |
Natural de
Roseira no interior de São Paulo, Thales conseguiu ingressar na universidade
após ganhar uma bolsa do Programa Universidade para Todos (Prouni). Ele se
mudou para Mogi das Cruzes, onde se formou pela Universidade Brás Cubas. Foi
perto do último ano do curso, em 2012, que Thales participou pelo segundo ano
consecutivo da Semana Estado de Jornalismo. Resultado de uma parceria entre o
grupo Santander e o Jornal O Estado de S. Paulo.
Era a sétima
edição daquele ano e após a semana de congresso o estudante escreveu a matéria.
“Projeto leva exemplo de motivação a alunos carentes”. Eleita a melhor matéria
entre as demais que lhe rendeu uma bolsa de estudos na Universidade de Navarra,
em Pamplona na Espanha.
Em Navarra,
Thales se especializou por seis meses em jornalismo digital. “O prêmio me permitiu
alcançar um mundo novo. Este intercâmbio onde pude conhecer estudantes de
várias nacionalidades me agregou ainda um olhar diferente sobre a realidade”,
acrescenta o estudante que atualmente vive em Tijuana no México onde faz pós-graduação
em sociologia.
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Ana Carolina venceu a edição de 2013 Foto: Nivaldo Silva |
Depois de
Thales, foi à vez da paulistana com sotaque São Bernardense, Ana Carolina Neira
vencer no ano seguinte o mesmo prêmio. Ex-aluna da Cásper Líbero, ela se formou no
final do ano passado e foi em agosto deste ano para a Espanha. Entre
disciplinas opinativas e obrigatórias de Navarra, que é considerada uma das
melhores universidades de jornalismo do mundo, Ana ressalta a importância de
aprender o fazer jornalístico tendo como base a imprensa espanhola. “Eu agora
consigo ter uma visão mais global das coisas, posso comparar o jornalismo do
Brasil com o de outros lugares, o que é bom para o exercício da nossa
profissão. Além de um novo idioma, o Prêmio me permitiu me aprofundar mais nas áreas
de política, internacional, direitos humanos e jornalismo digital, com as quais
pretendo trabalhar um dia”, diz.
“Um pedacinho
do Paraguai na Zona Oeste de São Paulo”, foi à matéria escrita por Ana para
concorrer ao prêmio. Ela alerta para a importância dos estudantes que pretendem
um dia participar da Semana Estado de Jornalismo, de estudar os textos produzidos
por finalistas dos anos anteriores e em seguida procurar contar uma boa
história que seja de interesse geral.
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Ricardo venceu a 9º edição nesta semana Foto: Nivaldo Silva |
Foi atrás da
melhor história que o Cásperliberiano Ricardo Rossetto conseguiu escrever a
matéria “Em site: Indígenas ensinam sua história e derrubam preconceito” e com
ela vencer na segunda-feira, 01, a 9º edição do prêmio. Ricardo ressalta que o
faro jornalístico não surge por acaso e deve ser constantemente praticado através
da busca de formação cultural e é ai que entra a importância dos cursos de
extensão universitária. “O jornalista precisa ser um profissional
multidisciplinar e sua formação cultural é um bem que ninguém pode lhe
arrancar, não devemos ser profissionais medianos, por isso é importante sair da
zona de conforto e meter as caras neste concorrido mercado, afinal o mundo esta
ai para conquistarmos”, aconselhou.
Para Rossetto
a convivência com jornalistas experientes, fruto da ligação dele com a
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e o Projeto
Repórteres do Futuro onde conseguiu realizar inúmeros cursos extras
curriculares, contribuiu e muito para o resultado de sua conquista. “Eles me
ensinaram o caminho das pedras e a estes mestres e aos que tive na
universidade, sou eternamente grato além do apoio e companhia que sempre tive
da minha namorada Raquel Brandão”, acrescenta.
Ana, Ricardo
e Thales, três repórteres do futuro que aprenderam que o jornalismo se faz além
dos prédios acadêmicos e que a procura do aprendizado deve ser insaciável. Uma
corrida sem fim cujo bastão será passado para aqueles que têm interesse e principalmente
curiosidade.
A corrida
continua. Avante!